apoema516
segunda-feira, 12 de agosto de 2013
domingo, 24 de fevereiro de 2013
...ÍRIS...
...ÍRIS...
Eu vivi...
A olhar, a admirar
Nos momentos Perboyre,
Um corpo sensualíssimo.
Lindo, perfeito.
Tez morena,
Sinuoso e insinuante.
Às vezes a olhar o meu olhar.
Às vezes, a negar-se a olhar
A dialética platônica dos nossos olhos,
Afeitos a figurar numa linguagem
De pleonasmos e hipérboles.
Não! Não mais...
Vou sonhar novo sonho.
... Compor ao violão.
Esperar novo riso,
Escrever outra versão.
Fazer de Íris...
Apenas minha melhor canção.
Vou querer outro olhar,
De verdade, com recíproca.
O anverso da visão.
... Íris ...
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Beijos molhados encharcavam de sol o
dia, quando no horizonte, a noite insinuou-se num rito deitar; toda enluarada.
Olhos enfeitados de imagens fêmeas, perceptivos, aguardavam como em sala de
espera, outros olhos. Daqueles que sorriem, feito, gargalhassem felicidades;
continuidade expressiva de uma boca sinuosa. E afeitas a enroscarem-se pelos
ombros, belas madeixas negras a debruçarem-se por sobre um colo majestoso. De
princesa. Não se sabe se da Arábia Saudita ou dos Emirados Árabes; Dubay. O que
se pôde perceber de pronto; sem luxos, foi uma composição vestal, dado a grande
simplicidade com que se apresentaria. Mas, certo é que em momento propício
derramaria sobre todos os súditos, um riso gostoso e intenso numa forma de
distribuir enfeites como florais; arranjos de flores para a alegria geral. Não
haveria quem ficasse alheio a tanta graça e aos muitos encantos. Assim, aos
poucos, em meio às horas do primeiro momento. Embevecidos olhares se permitiam
em torno da figura sensual que volteava pela sala. Enquanto no céu, a lua,
espargiu estrelas, belas e, passeando ao acaso como rosa dos ventos, sua linda
cor lançava jatos fluídicos feitos fosse um grande isqueiro celeste que vinha
esmaecer os corações aflitos. Um grande silêncio se fez, bem maior e permeou todo
o lugar... Som algum se ouviu.
Com
traços mouros, silhueta feminina, bem menina e tão mulher, desfilou em gestos
sinuosos sublimando suas angélicas feições. Como etérea visão do anverso e,
assim, revestida do que parecia ser verdadeira reciprocidade; Deusa descida dos
céus; aproximou-se, bela e também silenciosa. Passo a passo, como pisasse
plumagens nas savanas da mãe África. Moura, tez moura tinha sua Black cor.
1
No seu cumprimentar silente, um
menear de cabeça vinha acompanhando o suave e ainda tímido sorriso que seus
lábios fartos, assim meio que entreabertos, tiveram intenção de oferecer.
Calmo, brando, mas dizendo muito ou quase tudo. Como fossem relatos de grandes
conversas; possibilidades íntimas ou intimistas que pareciam ter opiniões
expressas sobre como se ter uma vida mais feliz, acrescida de observações e
comentários a partir da perspectiva de um dia após o outro, com generosidade.
Por alguns segundos ficou simplesmente, ali, parada perfazendo o reconhecimento
do local e a apreciação de todos, na continuidade da sua paz, com uma expressão
inconfundível de carinho e amizade. Sua notável capacidade de estabelecer
contato com desconhecidos contagiava. Era fácil a sua verve ótica. Os olhos
tinham um diálogo e tanto, expressivos, vivos, dinâmicos e estabeleciam na
comunicação, algo feito um transe telepático. Deixavam tudo mais fácil nesse
nível. Não dava ênfase às características específicas dos seres; as
indiferenças. Observava sempre esses aspectos menores, como secundários e, para
si, a muito em desuso.
Com o passar dos segundos, em que
olhos se entreviram feitos fossem o espaço de uma Era ou
eternidade, ficou claro que a jovem dispunha de uma inteligência perspicaz, mas
sem artifícios; uma benevolência, mas sem sentimentalismos, um humor maravilhoso,
mas sem frivolidades; e, com uma enorme capacidade de inspirar pessoas, como no
caso do poema “POSES”. Talvez a sua criação, o modo como foi educada ou ainda
as dificuldades da vida; os contratempos pelos quais certamente já havia
atravessado deu-lhe um trato todo especial para nunca se indispor com os seus
semelhantes. Algo de que nem mesmo tinha a mínima noção possuir. Nunca tratava
pessoas com evasivas, era sempre afável e nem percebia. Mulher de boa índole. Possivelmente
já trouxesse em si muito antes de ter reencarnado. Talvez isso tudo, todos
esses atributos lhe tenham vindo do berço; espiritual.
Não é preciso vibrar a matéria,
encher-se de uma energia santificada e dizer-se estar tomado pelo espirito
santo, carregar sob o braço o livro mais importante da humanidade; a bíblia,
ter ou não religião, para compreender as sábias palavras do Dalai Lama: “Ainda tenho a firme convicção de que
a natureza humana é fundamentalmente bondosa. Essa é a característica
predominante da natureza humana. A raiva, a violência e a agressividade podem
sem dúvida surgir, mas para mim isso ocorre num nível secundário ou mais
superficial. Em certo sentido, elas surgem quando nos sentimos frustrados nos
nossos esforços para alcançar o amor e o afeto. Não fazem parte da nossa
natureza mais básica, mais fundamental”.
2
É fato que seu sorriso largo e
mavioso por si só, tinha atributos de um Dalai, pelo seu encanto e natureza
afetuosa. Por desmanchar caras feias; fechadas, sisudas. Todo e qualquer grande
conflito ficava a um pequeno passo de um riso desses que se pode chamar de:
riso Íris. Ele, que tinha por certo, ternura e mel. Como eram doces
o sorriso e o nome. Chegava a pairar no ar um clima aventureiro, evidentemente
acoplado a romances, capaz de despertar manifestações literárias; com esboços
musicados e escritos poéticos.
Íris já havia percebido o jeito feliz
do homem sentado na espreguiçadeira. Era como tivesse recebido naquele instante
de sua chegada, vários presentes de natal. Estava realmente feliz. Ela sentiu
nele um clima ameno e fraterno. Tudo muito parecido com a brisa leve que
chegava da beira mar, trazendo consigo, sons ternos parecidos os melódicos
entoados na sua primeira infância. O luar prateado iluminava a noite densa e
parecia fazer uma grande festa no coração dele. Uma festa de flores e cores
todas. O olhar e o sorriso eram intensos, pareciam trazer para ela todas as
constelações. O chão de repente lhe pareceu todo pontilhado de estrelas
pequeninas; estavam ao alcance das mãos. Ele continuava a olha-la como se
estivem mesmo trocando frases sensíveis, de amigos ou de amor. Isso fazia com
que a noite ficasse ainda mais agradável. Ela não entendia o porquê de todo
aquele afeto, nem mesmo sabia seu nome. Mas sabia que era para ele, a menina
dos seus olhos.
Uma ou duas horas antes desse
interessante episódio a administradora da casa, irmã Excelsa, o procurou para
lhe pedir que desse uma força nos afazeres domésticos.
- Todos nós temos que cuidar um pouco
do outro. – Disse ela. E continuou. – É possível você me dar uma mãozinha¿ A
casa está cheia, mas ainda cabe muita gente. É preciso fazer, sempre, o que for
possível pelos nossos semelhantes.
A amabilidade da irmã era na medida
exata para o cargo que ocupava. Precisava ter mesmo muita paciência. Pessoas
chegavam de diversos lugares do país. Cada uma carregava em sua mala, bagagens
adicionais: O mau humor, a incompreensão e a falta de companheirismo. A
Intolerância e a impaciência ficavam bem guardadas, logo acima das roupas. Era
o que se tinha mais próximo, ao alcance; de fácil uso.
É claro que a boa freira nem percebeu
estar oferecendo um código ao lhe fazer o convite; como estivesse dizendo
palavras mágicas. Ele que era um homem de observações apuradas, tinha em seu
viver a atenção voltada para os sinais que a vida oferece, examinava sempre e,
com muito cuidado, as sincroniciddades; acontecimentos em série. Ficou de
prontidão, em alerta, quando a conventual lhe solicitou a gentileza de auxiliar
a colocar novos lençóis na cama para o casal que logo chegaria. Era a terceira
vez que o convidava e desistia, ela possivelmente achava que em instantes viria
uma das moças ou senhoras, para fazer o trabalho.
3
Mas estavam todas ocupadas com outros
afazeres. Era a terceira vez e, do seu ponto de vista, um forte sinal. Perceber
aquilo foi o bastante para lhe excitar o fôlego. O homem ficou ofegante, seus
olhos, parece, dilataram-se, a boca secou completamente. Ele ficou deveras
tomado, mexido, com a cabeça e o coração enleados por
emoções excessivas e sentimentos outros. Tanta expectativa em torno do que
aconteceria trouxe em si, à tona, revelações como fleches fotográficos que mais
pareciam insights de cinema; trailers, mas com detalhes exatos do seu passado
civil. Não havia casado, era ainda solteiro e sempre afirmara que não o faria
por fazer; apenas por convenções. Esperava o momento certo. A pessoa certa. Não
esperava por uma pessoa sem defeitos. Podia tê-los todos e apenas uma
qualidade, a alegria de viver. Enquanto não acontecia continuava no aguardo.
Assim, namorar era seu maior compromisso. Esperaria... Logo que seus sentimentos
captassem outra nova possibilidade, voltaria a investir na busca daquela que
tivesse a felicidade guardada num simples olhar, num sorriso, um semblante
alegre, em fim, feições que lhe atraíssem; estampadas no rosto. A grande
maioria dos homens tem seus olhos voltados para outros atributos femininos. Os
volumosos acima da cintura e os avolumados no anverso dos quadris; playground
brasileiro. Ele não. Apenas um olhar, um sorriso... O colocaria centrado. Era
só o que queria; um rosto agradável. Aquele que o aguardaria na volta do
trabalho ou nos encontros do dia a dia; a inspiração tão desejada. Que lhe
despertasse canções e poemas.
O homem estava tão seguro de que
aquela era a mulher que chegara para dar ênfase a sua vida que dispensou a ela,
devolvendo o cumprimentar, seu melhor sorriso. Ele até teve a nítida impressão
que ela se aproximaria para trocar algumas palavras e, depois de levantar-se da
espreguiçadeira no canto da sala, apoiou-se na parede da cozinha, ajeitou a
camisa e passou a mão pelo cabelo num gesto de quem arruma o visual. Ela
percebeu, mas nem aí, manteve os olhos fixos na madre que se aproximava para o
checkin. Enquanto a freira conversava com aquele que considerara ser o par do
casal e era apenas o tio da jovem, um sutil e suave sorriso de canto da boca se
pode perceber nos lábios carnudos e feminis da moça. Ele sem graça, sem jeito,
acomodou-se novamente na espreguiçadeira; olhos fixos na televisão. Ousou
desviá-los uma ou duas vezes. A primeira para saber se alguém havia percebido;
a outra, constatar se ela ainda usava da sutileza irônica nos lábios. Foi como
se ela não tivesse feito que sim com os olhos e ele ao sentar-se não ter dito
que não. Passariam a vida parafraseando Djavan? Você disse que não sabe que sim, mas
também não tem certeza se não... Ou o poema já estava no inconsciente
coletivo dos dois¿ possivelmente ficariam sempre no tal do: Não
vens, não vou. Não digo que sim, não falas que não... Como,
se o poema ainda nem havia sido escrito¿
4
O homem tentou espreguiçar-se na
cadeira de madeira e pano. Sentiu seu corpo relaxar vagarosamente em contraste
com as badaladas do coração que ainda soava de forma rítmica. A moça tinha um
brilho incrivelmente intenso, daqueles que realmente só se vê como diz o autor
do pequeno príncipe, com o coração. De pronto, devido à sua mancada, pensou não
mais olhar para ela, mas não conseguiu conter-se. Sentia-se irresistivelmente
atraído. Ela o inundava com sua luz e seu calor envolvendo-o com o que parecia
ser em si, um santuário de amor. Mesmo tendo sido seu olhar preterido pelo da
boa freira, ainda assim conseguiu sentir-se querido e importante. Essas
sensações eram cada vez mais fortes, mexiam com sua libido e constrangiam-no;
eram quase que orgásticas. O diálogo vindo do olhar da jovem era meio que
entendido sem o uso da palavra. Chegavam a ele por uma espécie de osmose.
Simplesmente conseguia absorvê-los, como baixasse programas de um computador;
dawlouds. Suavemente e de um jeito muito feliz; risonho.
Não importa o tempo cronológico, a vida
tem de ser levada de modo extremamente jovial. Cheia de risos, de forma
engraçada, em gargalhadas se preciso. Sorrir é um dom que vem do amor. E ele é
um dos maiores milagres que existem. É a alquimia interior que transforma vidas
insípidas em poesia. Um gracioso riso rima, é poético. A radiância de um belo
sorriso, do todo ou mesmo que de abstrações, faz mudar o semblante de uma
pessoa com feições rijas, insensível; obtusa. Se o riso é intenso, o torna
muito mais repousante. A expressão de felicidade é maior. Atinge o âmago do
senso de humor das pessoas contagiadas. Como se uma nova porta de
possibilidades se abrisse. E, isso é místico, faz um bem incrível, traz uma
leveza insofismável. Sofistica a alma.
Naquela noite, a lua pendurada no
céu, estava cheia e se pôde observar que ela tem mesmo o poder de mexer
seriamente com os seres, alterando seus ritmos e os seus humores. Um rito
sonolento quis tomar conta da sala. O transito lá fora estava arrastado, quase
parando, era ainda um resto de rasch. Os restaurantes começavam a brilhar seus
neons. Os clientes se aproximavam com certo vagar enquanto ouviam Nando
Reis “SEI”; como essa magia pôde acontecer não
se sabe; a música ainda nem havia sido lançada. O certo é que seria tema de
novela. Talvez o coração do homem, na espreguiçadeira, de um jeito cognoscitivo
a concebesse para si. O tempo continuava a passar vagarosamente. Os transeuntes
na calçada apressavam o passo, uns sérios e outros com a cara bem mais fechada.
As flores vermelhas num tom quase laranja, do pé de romã, exalavam um aroma de
sabor mel naquele momento. O pé de acerola no canto do muro embalava-se ao
vento; frutinhas vermelhas espalhando-se pelo chão. Os noviços; estudantes a
padres eram indiferentes aos pendores do luar. Jogavam bola na quadra ao lado.
A gata da freira num jeito lunática enroscava-se nas pernas da senhora que
assistia TV.
5
O vagar das horas deu lugar ao som de
panelas e pratos na cozinha. Algumas mulheres preparavam-se para servir o
jantar. O homem era considerado Light por se alimentar de forma moderada. Comia
bem pouco. À exceção daquela noite; comeria o que necessário fosse para poder
ficar horas se preciso à mesa admirando a mulher. Houve um tempo em que
alimentar-se sem obedecer à saciedade o deixava de mau-humor, lacônico,
irritadiço e impaciente. Resolveu ser Light. Claro, não naquela noite. Foi
rápido tomar uma chuveirada e mudar o cenário. De volta à sala de jantar,
observou uma senhora que pôs a frigideira maior no fogo para esquentar uns
pedaços de frango, enquanto cortava fatias de cebola, alho e tomates. Depois
colocou tudo nos pratos onde já havia salada crua e um pouco de arroz frio.
Sobras do almoço. Ele ficou parado observando, meneou a cabeça num jeito de
quem pondera e, se contentou mesmo, com duas pequenas calabresas assadas com
farofa, compradas na venda lá fora, depois dos muros da casa São Gabriel.
Ela ainda não havia aparecido... Ele
sabia que não conseguiria comer do que fora servido. Assim seu prato continuava
raso e pouco. O jeito seria mastigar vagarosamente, cortando pequeninos pedaços
do seu assado colocando-os delicadamente no garfo com o auxílio moroso de uma
faca. Enquanto comia, passeou o olhar contínuo no espaço ao seu redor. Havia
duas mesas redondas com cadeiras em torno, uma geladeira que em todo momento
era aberta. As pessoas olhavam-na, mas o que havia de concreto estava em cima
da mesa nos pratos. O bebedouro afixado na parede era novo, a água é que tinha
um sabor meio que salobre; gosto de resíduo de filtro. O pequeno armário
guardava os copos dos acolhidos. A pia próximo à porta que dava para o quintal estava
interditada. Insistindo um pouco mais nos detalhes da sala de jantar, percebeu
acima da pia, a grade de ferro que separava a casa da área de serviços e,
depois dela, a moça Íris, que já servida, jantava tranquilamente sem nem se
ater aos olhares atenciosos de quem quer que fosse. Entre uma garfada e outra
emprestava a todos um sorriso enorme. O esforço não adiantou. Tudo por nada...
O jeito era apressar o fim da
refeição. Sentia-se como numa espécie de asfixia. Ninguém percebeu, nem ela,
mas estava completamente descomposto, trazia à boca vez em quando um riso
completamente amarelado. Comeu o chocolate que trazia no bolso para a sobremesa
dela, apressou-se em beber a água do filtro e dessa vez achou até que estava
gostosa. Talvez o sal da calabresa e o doce do chocolate tenham lhe dado
sabores. Depois de tirar do rosto a expressão de fatalidade ainda pode ver pela
última vez, naquela noite, que ela ao celular dava gargalhadas conversando com
sua mãe. Sentiu até uma enorme vontade de se aproximar e, com muito jeito,
solicitar que também pudesse participar das piadas que devia estar ouvindo. A
mãe da jovem só podia estar contando, sim, graciosas anedotas; puxa como ria.
6
Na sala da TV, o jeito era assistir
novela. Uma toalha nos ombros e a escova com creme dental presa nos dentes
indicavam o propósito de ir ao banheiro. Não fora esperando que ela ainda
aparecesse. A jovem provavelmente não gostava da programação. As risadas no
quintal ecoavam por toda a casa. Era um riso gostoso e feliz. Pegou o celular e
resolveu mandar uma mensagem para casa. Queria conversar, distrair-se. Não
pensar mais nela. Os risos cada vez mais intensos não permitiriam. Sentou-se
afastado, no sofá vermelho em frente a dois banheiros que ficavam sempre
fechados. Pôs os dedos no teclado e começou a escrever. Depois de lê-la por
várias vezes antes de enviar, finalizou o parágrafo interrompido e
ensimesmou-se pensativo, percebeu que não havia escrito coisa com coisa. As
risadas estavam dentro de sua cabeça.
Algumas nuvens no céu teimavam em
querer encobrir o luar majestoso, daqueles que os repentistas costumam colocar
nas canções como sendo, luar do sertão. Ele, sem tirar os dedos do telefone
móvel, tentou continuar digitando. Queria encontrar um jeito de concertar as
bobagens que escrevera. As nuvens dissiparam-se depois da brisa gostosa que
invadiu o ambiente, mas logo voltaram sem qualquer advertência.
Inadvertidamente continuou a mensagem e ia passá-la ao destinatário, quando,
súbito, voltou a ler as últimas frases. Estava escrito:
Não consigo me concentrar. Ela não me deixa pensar direito.
Apagou tudo muito rápido e concluiu que estava ficando paranoico.
Já no quarto, depois de tomar banho e
fazer a higiene bucal, deitou-se com a intenção de colocar o fone de ouvido e
escolher músicas no celular. Não adiantariam, as risadas estavam mesmo em sua
cabeça e, teimosas, não paravam, nem saíam. Para completar seu momento insone,
a noite que naquele momento ficara triste e saudosa, lhe trouxera outro
componente que o faria continuar acordado. Seu Luiz Maranhão, homem falastrão,
cheio de ideias e de muitas mulheres em suas estórias, começou a vangloriar-se
dos feitos amorosos; sexuais. Disse que desde que começou a fazer amor, lá
pelos seus doze ou treze anos de idade, eram três ou mais por noite. E que às
vezes, ou quase sempre, algumas outras durante o dia. Contou que certa vez
estavam ele e uma de suas amadas numa rede pequena e frágil, numa vila de
pescadores, quando ela se partiu de punho a punho. Os dois caíram, mas não
pararam o bem bom até chegarem ao clímax. Completou depois de suas muitas
lorotas, que suas mulheres eram diversas, mas que não se deixara prender por
nenhuma. Era um homem livre para amar.
O Maranhense garanhão da vila de
pescadores, de repente calou-se ao ver o fone de ouvido cair. Seu interlocutor
ressonava profundamente. Ele até pensou que o homem não dormiria, mas a
conversa era maçante por demais. O sono lhe trouxe sonhos. Num deles se viu de
volta a sala da faculdade em que estudara. O professor argumentava:
7
_ A roda-viva de encontros
superficiais desemboca na solidão e no vazio. A experimentação sexual e afetiva
é uma fase natural do amadurecimento do ser humano. Hoje, no entanto, as
pessoas encontram-se empacadas nela. Em busca de prazer fácil e fugaz, eles
desprezam obstinadamente o compromisso amoroso e não percebem que esse
comportamento os encaminha para um futuro desprovido do calor dos vínculos
afetivos.
Nunca foi fácil gostar de alguém e
experimentar amor não recíproco. Na atualidade, há um obstáculo adicional: são
poucas as pessoas dispostas a abrir mão da satisfação individualista e do
prazer de ficar com quem quer que seja sem arcar com o peso do compromisso e
das frustações inerentes a uma relação estável. E quando alguém se sente capaz
de dar o primeiro paçoem direção, nem sempre encontra
disposição semelhante no suposto par perfeito. Então, tome desencontros!
Para dificultar ainda mais o
enraizamentos das relações, essa liberdade sem limites cria nas pessoas um
mal-estar em relação à confiança no outro. Afinal se a gandaia está livre, leve
e solta, não se pode mesmo confiar em ninguém. Num cenário assim, nutrir
sentimentos e querer uma relação séria se converte em sinônimo de bancar o
tolo, ou tola. O cinismo descontraído que resulta dessa versão sexual atinge
indiscriminadamente homens e mulheres. Numa sociedade que facilita os encontros
superficiais por todos os meios, incluindo os tecnológicos: celulares,
internets; redes sociais, muitos parecem odiar os encontros. Primeiro
experimentam o amor virtual. O encontro com o vazio e a solidão da distância;
sem vinculo, sem toques, sem carinhos. E isso resulta quase sempre em nada, ou
melhor, em mais vazio.
Claro que não se deve aplicar
julgamento de valor, como se estivéssemos dando bronca, sermão e fossemos
dotados da última palavra sobre o que é melhor para as pessoas. Hoje em dia os
seres estão mais abertos. Os tempos são outros. , julgar, é descriminar. Temos
é que entender, aceitar. Amor é amor, apenas isso, amor. Se a fase for
passageira, de experimentação sexual e afetiva, logo será superada. Se não for,
tudo bem, respeitemos mais ainda. O que se deve sempre observar é que convém,
no entanto, lembrar que os atalhos para escapar de relações consistentes causam
euforias e sentimentos de triunfo incoerentes.
Há que se ter muito cuidado com os
psicólogos de plantão. Os que acham a tal roda-viva como um experimento de
evolução da sedução e do gozo fácil; do apenas ficar. Mas, ainda bem, nem todos
pensam assim, como por exemplo, o ensaísta e romancista francês Pascal
Bruckner, autor de “O paradoxo Amoroso”. Diz ele: Vive-se a era do gozar contra. O
deleite tornou-se uma arma apontada para o mundo, impregnada de raiva, rancor,
não uma felicidade compartilhada com um ser.
8
O professor que já havia falado por
longos minutos, como um grande psicanalista que era, resolveu concluir e
virou-se para ele falando com toda a calma possível:
_ Do que falei... Você se insere até
a alma meu caro. Passou a vida namorando. Namorando e esperando. Esperando o
que? Agora vai experimentar o amor não recíproco. E isso vai doer...
Acordou assustado como quem tomou um
soco no estomago, passou a mão no rosto limpando o resto de sono e noite que
ainda havia, olhou o relógio que marcava cinco da manhã; o dia em Fortal
começava a clarear. Estendeu-se na cama e fechou os olhos. A face da amada
apareceu-lhe nas lembranças da noite passada, na sala, na hora da chegada. Seu
coração bateu descompassado. Concluiu que estava tudo errado. Levantou tomou
seu banho, pegou o ancinho e se dirigiu para o quintal. Sentou-se à mesa
redonda de pedras vermelhas e brancas, em um dos bancos de granito, sob a
enorme mangueira que começava a encher de folhas todo o terreno. Olhou o
entorno e o pé de carambola havia jogado no chão, parece que a propósito, quase
todos os seus frutos maduros. O local estava uma meleca só. As bananeiras
estavam esperando, ansiosas, à pessoa que as regavam todas as manhãs. Depois do
muro, já na casa dos padres, o cajueiro estava carregado. Eram vermelhos,
maduros e doces. A enorme caixa d’água, solitária na manhã morna, derramava
fios de água anunciando estar cheia.
Depois da observação detalhada do
lugar e do serviço feito, o homem colocou o ancinho em cima da mesa, para dar
vazão às suas ponderações. Entendeu, conforme seus conceitos, que quando a
pessoa se deixa dominar por paixão perde o contato com sua própria essência,
com seu interior e passa a agir como autômato das ideias, das risadas e
gargalhadas alheias tornando-se apenas produto do meio social em que vive.
Ensimesmado, mas resoluto, tomou novamente nas mãos o ancinho que mais lhe
parecia um báculo em sua missão de expurgar sentimentos exagerados e, o fez
como quem toma as rédeas da própria vida, decidindo por fim, procurar sua bela
Francis para que tivesse, então, o domínio do seu próprio coração.
Seu desejo pela cearense já não lhe
parecia, assim tão intenso, mas tomou o taxi e foi vê-la. O motorista começou a
falar em política, argumentando que depois do comício do Lula, o candidato
Elmano estaria definitivamente eleito; ninguém tiraria seu... _ Foi
interrompido pelo aceno de uma Deusa loura que tentava pará-lo pensando estar o
carro vazio, disponível.
_ É assim! Essas esculturas
monumentais só aparecem quando estou ocupado. Principalmente nos dias em que
estou com minha senhora no carro para as compras no supermercado ou indo para a
igreja. Sou católico sabe¿ _ Arguiu ele e continuou _ Quando se está sozinho
elas não aparecem. Se aparecem nem nos percebem. É! Somos transparentes.
9
Mas, basta estarmos acompanhados que
ficamos lindos. E é assim, sereias como a que fez sinal. _ Como falava o
taxista. Porém havia um fundo de verdade em seu parlar. Íris apareceu no
momento em que seu admirador estava, digamos não livre, seu carro lotado,
ocupado com a moça cearense. Claro, ele não era nem mesmo bonito e Francis,
assim como ela, parece, até tinha algo de Deusa; era um monumento de mulher em
forma de sereia, mas lhe faltava encantos no sorriso, no olhar; Ah! Benditas
feições! Isso não possuía. Em compensação tinha atributos dos mais lindos que
já vira. Os volumosos e os avolumados. Era bonita, era sim. Beleza nordestina.
A pele queimada, a juba clara, num tom mel, sempre bem arrumada e os olhos
verdes. Do que não dispunha era em relação ao delineamento facial; seu aspecto
fisionômico não era simétrico. Não tinha correspondência harmoniosa. Não
refletia agrado recíproco, por fim, não inspirava do jeito desejado.
Francis aceitou o convite para a
praia do futuro. Sempre dócil e amável lhe dispensou com meiguice o mesmo
carinho de quem estava sempre a sua espera. O taxista com um olhar atrevido
fitou demoradamente as coxas da moça e passou a mão na boca como quem limpa
restos do que acabou de comer. Fez-se íntimo e não se contendo externou em alto
e bom som que ela era um pedaço de mulher. Não se sentindo bem entendido,
voltou à política. Tagarelou até a praia.
A areia quente, as ondas revoltas e o
vento gostoso prenunciavam que o bronze ficaria perfeito; peles dourariam. A
moça, vinte e seis anos, começou a despir-se do shortinho jeans e da blusinha
de rendas num sexy estripitize particular, de alcova. Dançou ao vento, sinuosa
e feminil. A visão sensual... Unh! Maravilhosa! O taxista tinha razão, ela era
mesmo dona de um belo par de coxas, deliciosas. E nos olhos trazia a mesma
expressão erótica que lhe cativara quando a conheceu. Por sobre o umbigo, a
tatuagem recente era o presente que lhe oferecia; rosa vermelha. Molhou a
tattoo, colocou uns requebros sinuosos nos quadris e se pronunciou em direção à
sua boca. Hipnotizado beijou demoradamente o centro umbilical da rosa e
deliciou-se com suas pétalas salgadas. Enquanto isso ela arrulhava na voz,
gemidos furtivos como os do mar quebrando na praia. Francis foi se aninhando
num jeito gaivota bicando pequenos mariscos; sobras de veleiros. Deitou-se
finalmente permitindo seu dorso curvilíneo. Com desejos de menino voraz diante
da voluptuosidade da jovem, desferiu com vontade todas as mordidas carinhosas
que lhe pôde ofertar. Desceu, foi descendo e mordendo. Desceu até os montes
côncavos; bem modelados e separados por uma asa delta cor verde sensualidade...
Ali as carícias em forma de mordiscadas foram mais intensas até o momento
supremo. Quando ela se sentiu pronta, virou-se feliz, olhou para o céu e o
abraçou sobre si.
_ Porque não é sempre assim¿
_Perguntou murmurando lânguida. Quase não deu para ouvir. Ele ficou em silêncio.
Ela também silenciou. Quando voltaram a sussurrar intensos e ritmados foi por
outro motivo.
10
Depois da cópula consensual;
satisfeito o cio, em uma parte deserta da praia, naquela terça feira
abrasadora, Francis sentiu pela primeira vez que seu amado entregara-se
completamente. Estava inteiro ao seu lado, de corpo e alma. O feito fora tão
bom que quase perguntou se para ele também havia sido. Não o fez por que tinha
certeza. Ele estava mais perto de si do que jamais estivera de alguém. Levantou-se
para caminhar um pouco, mas sem se afastar, apenas tomar mais vento e sol. Fez
plano para a noite que logo se aproximaria. Pensou também na manhã seguinte;
levaria café na cama, abriria as cortinas de rendas com pontos fechados pro sol
entrar pelos vidros azuis das janelas e do colorido dos vitrais. O vitrô, só um
pouco, para o ar matinal adentrar. Encheria a banheira de porcelana, herança da
bisa Francienne e colocaria os sais perfumados. Faria tudo do mesmo jeito que
da outra vez no mês de maio; com flores da época. Construiu outros planos,
caminhou um pouco mais e aproximou-se do corpo ainda extenuado estendido na
areia. Colocou toda a sua luxuria nos lábios com ruídos plangentes, imprimiu
uns trejeitos suntuosos e sexuais. Experimentou novos requebros lascivos e
ainda mais pecaminosos, só para revigora-lo; era uma espécie de dança
afrodisíaca, invenção sua, da hora. Sentou-se e ao deitar, aninhou-se outra
vez. Amaria novamente; uma vez mais e, com, toda intensidade, com cadência;
compasso rítmico.
Um vendedor de camarões fritos que se
aproximava meneou seu cesto afastando as gaivotas que o rodeavam em busca de
petiscos. Levantaram-se e pagaram ao ambulante, duas porções. O ato
interrompido fora providencial ao homem, seu pensamento estava longe, na mulher
de angélicas feições e tez moura. Não seria nada elegante; deveras até mesmo
imoral repetir o sexo se seu pensamento estivera na outra.
Um constrangimento tal se ela viesse a suspeitar que as mordiscadas não foram
dadas nela e, que, seu amado, passara o tempo todo nos braços amorosos e nos
afagos voluptuosos de Íris.
A visão do ancinho sobre a mesa de
pedra; seu cajado, as ponderações todas, feitas... Tudo lhe veio à cabeça e
então a verdade nua era que a mulher e sua Black cor haviam grudado como chiclete.
Aquela sensação o deixava inquieto, Francis, a praia e o sexo; o fato de não
ter sido como o planejado realmente o incomodava. Era o mesmo sentimento que
experimentara quando tivera nas mãos seu báculo, no grande quintal, sob a
frondosa mangueira. Ainda não conseguira expurgá-lo. Caminhou o mar, tomou um
caldo das ondas mais fortes. Sentou-se ao lado da moça que era só felicidade e
olhou o céu fintado nuvens, vendo imagens tomarem forma diante de seus olhos.
Era como olhasse negativos em um monóculo; havia dezenas de mulheres, uma
multidão delas de tez moura, todas pisando plumagens nas savanas da mãe África.
E ele queria apenas ficar um instante sem pensar nela, porém ali, naquele
momento, um instante não era apenas um instante, mas uma infinidade de instantes
diferentes e em todos, ela estava.
11
Naquela noite, na casa São Gabriel,
Sentiu-se completamente só, sem as duas. E momentos antes de perceber a
presença da bela mulher Íris, na sala, no sofá vermelho, teclando no celular,
com um sorriso enorme e enternecedor, ergue os olhos e vê nitidamente a
expressão fisionômica forte de seu professor, projetada em sua parede mental,
lhe repetindo calmamente: _ Agora vai experimentar o amor não recíproco... _Não
havia o que argumentar, ele trazia na voz uma suavidade extremamente franca.
Ansiou por dizer alguma coisa, fazer alguma coisa, qualquer coisa que tirasse
de si aquele ar fatídico. Algo que o levasse ao bom senso. Ao mesmo tempo
queria apenas sair dali, esquecê-la e se libertar. Mas estava banhado por uma
chuva de emoções.
Olhou o celular, viu Francis na foto
deitada na praia. Ela não merecia o que estava acontecendo. Não era direito
sentir nada por outra. Levantou a cabeça novamente e vindo dos fundos da casa,
uma senhora com um vestido do bege para o marrom que ia até muito além dos
joelhos o observando demoradamente. Estava de avental e com as mãos
entrelaçadas atrás do corpo. O vento forte soltara do lenço uma mecha do seu
cabelo. Um rapaz vermelho de sol e teso feito uma exclamação aproximou-se dela,
segurando algo nas mãos. Ela inclinou-se ligeiramente para ver melhor o objeto
e os dois soltaram um largo sorriso como se ele trouxesse entre os dedos uma
pequena anedota. Outra olhada no celular e lhe pareceu que a moça da praia,
feliz, acenou como dissesse frases pequenas: tudo bem. Sou paciente. Dormirei
sozinha... Sei esperar.
Foi à cozinha e bateu forte com a mão
fechada em cima da mesa fazendo vibrar as louças. Pegou no freezer uma água
tônica, bebeu alguns goles e vagou pelo quintal na noite de estrelas. Depois de
muito tempo voltou e deitou-se. Segundos depois levantou. Ligou para Francis e
pediu desculpas. A jovem disfarçou não entender, mas com seu jeito de moça
encantadora lhe asseverou que se havia pelo que desculpar, estava perdoado. Ele
deitou-se novamente e pensou em seu escritório. Lançamentos contábeis fluíram
em sua cabeça. Lembrou-se de anotações manuscritas de um contrato societário
por terminar e tentou concluí-lo na memoria. Na nova manhã se lembrasse, faria
anotações. Irrequieto, levantou e foi ao banheiro tomar uma chuveirada. Talvez
a água fria da madrugada lhe desse novo ânimo. Ao longe, soou o apito de um
trem. Ferroviários faziam a revisão dos trilhos enquanto não havia movimento. O
homem se colocou debaixo dos lençóis e quase adormeceu na penumbra do quarto.
Tirou alguns cochilos, mas não dormiu. Ainda foi mais uma vez ao freezer buscar
água tônica. Percorreu a área de serviço passando pela mesa quadrada de
granito. Depois das cadeiras de macarrão que davam para o quintal, a máquina de
lavar parecia trabalhar solitária. Duas pias, uma distante da outra se
ofereciam para lavagens de louça. Num canto as vassouras, no outro, cestos de
lixo visitados por gatos vadios. Pensou em deitar na mesa vazia, mas foi pro
quarto... Mais um cochilo. O sol chegol.
12
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
Homenagem ao Mestre José Roberto Souto Maior
Pra inicio de conversa
Quero falar a vocês
Desse amigo especial
Que esteve sempre presente
Na União do Vegetal
Um fundador deste Núcleo
Que muito tem pra nos dar
Recebeu do grande Mestre
Sua missão de ensinar
Ruberto Souto chamado
Tantas vezes pelo Mestre
O Souto mais preso do mundo
No mundo mais preso que solto
Sendo Maior só na vontade
De continuar ensinando
As coisas do Vegetal
Ensinando o que é certo
O certo, pelo que é certo.
Mostrando o caminho certo
O caminho da União
Ruberto e seus dois amigos
Decidiram-se a seguir
Abrindo e fazendo história
Falando e sabendo ouvir
Ensinando o caminho certo
Que todos devemos seguir
Juca Odnalro e Souto
Os três Fundadores do Núcleo
Seguirão em retidão
Treinando e ensinando a todos
Sob a luz de Salomão
No dia 12 de Março
Do ano Oitenta e Nove
Trouxeram ao mundo o menino
Chamado Jardim do Norte
Reconhecendo o valor de cada
Irmão no trabalho
Unido e comemorando mais aniversario
E neste dia feliz
Saudamos com alegria e muita
Satisfação, os muitos queridos
amigos.
Do peito e do coração
Saudamos o divino Mestre
Saudamos nossa União
Oferecemos estas flores
Ao nosso ilustre professor
Que fundou o nosso Núcleo
Roberto Souto Maior
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